20 de setembro de 2010

A Publicidade do bem e o Comfort Food

Hoje não vou escrever sobre uma lojinha ou um restaurante em específico. De repente, me deu vontade de comentar aqui sobre dois conceitos publicitários que eu ando lendo a respeito e formulando as minhas próprias interpretações: o "Comfort Food" e a "Publicidade do bem".
O "Comfort Food" faz referência à alimentos que de alguma forma nos trazem benefícios emocionais como prazer, alívio do stress e que suprem necessidades mais íntimas do que simplesmente saciar a fome. Este conceito pode hoje ser visto como uma espécie de tendência aqui no Brasil (devo ter cuidado com o uso dessa palavra, pois pode dar margem à várias interpretações). Depois que o "Fast Food" deixou de ser novidade e entupiu a artéria de muitos e que a loucura das dietas "non sense" tornaram muitas mulheres magras demais e doentes para alcançar aquele padrão de beleza bizarro, começamos a dar mais valor às comidas feitas em casa, seja por nossas mães, avós, ou até mesmo por nós próprios.
A alta gastronomia nunca esteve tão acessível nas livrarias, na internet e agora, passam a nos atingir nas docerias, nos restaurantes e cafés que resolveram aproveitar de maneira eficaz essa nossa "vontade" / "necessidade".
Este conceito liga-se também com as nossas lembranças da infãncia, com aquele cheirinho de bolo de fubá saído do forno. Nada de conservantes, nada de produtos feitos em série. São produtos estes confeccionados e embalados de maneira artesanal, com validade reduzida e carinho, aquele que de longe se percebe.
Eis que aí, você me pergunta: Mas todo esse conceito, aproveitado conscientemente pelos gourmets e inconscientemente por nós consumidores, não é uma maneira encontrada pelos publicitários para se aproveitar e nos enganar de vez?
Não, não necessariamente.
Neste caso, posso dizer que existe sim a "Publicidade do bem". A publicidade que vende exatamente o que promete, com gosto, cheiro, tudo. A experiência proporcionada por estes lugares também não fica atrás, encantando cada ser que entra nestes ambientes de compra, principalmente pelo bom serviço (que deveria ser premissa para qualquer estabelecimento, mas infelizmente não é). Cada momento passa a valer mais a pena e você não se sente usado pelo processo de compra/venda.
Mas e o preço de tudo isso, como fica? Pois é, o preço deixa de ser R$ 1,99 obviamente porque os produtos não são mais feitos sobre esteiras de indústrias. O preço aumenta, mas a satisfação também. Aquela mordida passa a valer mais do que X bolinhos cheios de açúcar embalados a vácuo com 345 elementos químicos que não necessariamente vão nos fazer bem e saciar por completo aquela nossa "vontade". Claro, também não vamos comprar sempre, mas vamos guardar esses momentos como especiais e dedicar esta compra à pessoas e ocasiões que mereçam esta recompensa. Os produtos passam portanto, a ter maior valor agregado e provavelmente jamais serão esquecidos. E o que nos queremos, comunicólogos à serviço, é que não nos esqueçam jamais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário